Tendo sido convidado pelo coral suiço “La Chanson du Pays de Neuchâtel”,
quando de sua turnê pelo Brasil, ao passar por Belém, em 1988, o Madrigal
preparou-se durante 01 ano para 02 principais eventos na Europa: O Festival
da Canção Contemporânea, em Troyes-França e o Concurso
Internacional de Corais, em Neuchâtel-Suiça.
Muitos contribuíram
nas intensas campanhas para angariar recursos e hoje não saberíamos nominá-los,
apenas agradecer-lhes por tudo o que fizeram em favor desse projeto, o que
inclui o apoio do Governo do Estado do Pará, pois que este foi decisivo para a
concretização do que parecia ser apenas um sonho, quando durante o concerto “Noite Espetáculo
Brasil”, que o Madrigal realizou, no Teatro da Paz, com lotação esgotada, foi
anunciado que as passagens que faltavam para alguns dos integrantes do grupo haviam sido
conseguidas, o que até aquela noite ainda era coisa incerta.
Saímos do Brasil sem
saber exatamente o que esperar. Apenas na bagagem a nossa coragem, ancorada na
relativa experiência do nosso Maestro, em eventos internacionais daquele porte, nosso comprometimento na preparação de um ano para aqueles dois principais objetivos, nosso
repertório e material vocal. Levávamos conosco, também, 01 professora de
técnica vocal, 04 músicos que entravam sempre na segunda parte dos nossos
espetáculos, por lá, depois da parte clássica e a capela: 01 percussionista/baterista,
01 baixista, 01 saxofonista e 01 dínamo das cordas, que respondia pelo violão,
cavaquinho, guitarra e muito mais.
Jamais poderemos
dizer que foi algo fácil, mas isto não pode ser entendido como uma queixa, de
forma alguma. Guardados na fé, cada um sentia, intimamente, que éramos guiados e
protegidos, pois ao mesmo tempo em que as dificuldades vinham, a cada dia tudo
se mostrava agradavelmente novo, pela acolhida fraterna dos que nos recebiam,
sobretudo, e pelas soluções que nos ajudavam a seguir em frente. Passamos de momentos
alternados de ansiedade desafiadora à celebração “de alma lavada”, coisas que
nos serviram de aprendizado e enorme incentivo para nos mantermos unidos, o que
solidificou ainda mais a amizade e o respeito que até hoje temos uns pelos
outros.
Fomos o único grupo de lingua portuguesa nos dois eventos e o único a representar o Brasil, levando o nome do Pará até àquelas terras, nos dois festivais, naquele 1989.
Ninguém
daquele grupo foi o mesmo depois daquela viagem. Por tudo que vivenciamos e
aprendemos, temos hoje certeza de que viveríamos tudo de novo!
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